Sobre desejos, caminho e sentimentos

Meus sonhos são grandes demais para garantir um padrão de segurança. Afinal, ao saltar do avião, o paraquedas está fechado. É necessária uma confiança de que abrirá no momento certo. Ainda assim, confiança não é garantia, e inúmeras variáveis podem ocorrer antes do pouso.

Se eu já estivesse onde desejasse estar, minha perspectiva estaria sendo pequena. Desejar mais é o que nos faz buscar. Porém, se eu estiver onde devo estar, então não haverá lugar melhor.  Para isso, é importante reconhecer seu lugar, sua função no mundo, o que lhe faz bem, sentir-se pertencente ao caminho que escolheu.

Quando descobrimos um lugar de conforto no mundo, em um caminho que nos alegra, as dificuldades são compreendidas com mais calma. Os desejos continuam existindo como propulsores, mas já não causam frustração.

É como caminhar observando a paisagem. Caminho o melhor que posso, e faço parte da paisagem como observador. Porém, pouco interfiro no cenário em si. A paisagem estaria lá, de forma perfeita, sendo admirada ou não. E eu devo estar no meu centro, gostando da paisagem ou não, escolhendo os caminhos e vivendo em paz com essa escolha.

Sendo assim, todos os sentimentos serão bem-vindos, o medo dos trovões ou a alegria de um amanhecer serão sentidos, mas observados com a tranquilidade de quem se reconhece humano, e se da o direito de sentir. Quando aceitamos que os sentimentos movem-se como ondas, mas estamos mais profundos no nosso mar interior, pouco sentimos essa agitação. Assim, posso até mesmo sentir raiva e aceita-la com alegria, já que não sou seu refém, sou apenas aquele que observa o que sente.

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